quinta-feira, setembro 28, 2006

VIVA A GOVERNADORA LOURDES MELO

Votei em Lourdes Melo para governar o Piauí. Dos oito candidatos, ela foi a que despertou a minha admiração. Não pela campanha, claro, que nem teve chance de fazer. No horário eleitoral produziu apenas algumas piadinhas de mau gosto. Votei em Lourdes Melo porque ela iludiu o juiz eleitoral Pedro de Alcântara da Silva Macedo. Conseguiu uma liminar inédita para participar do debate da Rede Globo. A Lei Eleitoral diz que as emissoras de TV podem fazer debates em grupos de três ou com todos os candidatos, mediante acordo com as coligações ou partidos. Complementando a lei tem a recente Resolução do TSE 22.261/06, que em seu artigo dezoito faculta às emissoras de TV deixar de convidar candidatos cujos partidos não tenham representante na Câmara dos Deputados. Nada mais justo. Se a Lei eleitoral distribui o tempo da Propaganda Eleitoral Gratuita com os partidos de acordo com as suas representações na Câmara, por que agir diferente com os debates e as emissoras de TV? Tem mais: há inúmeras sentenças nos estados e jurisprudência também dizendo que os candidatos que não têm representação na Câmara dos Deputados não têm razão em reivindicar o direito de participar de debates para os quais não foram convidados, já que as emissoras estão seguindo a Lei Eleitoral.
No Piauí, como tudo tem que ser diferente, foi diferente. A TV Clube passou dois meses investindo para fazer um debate justo, que contemplasse principalmente o eleitor. Reuniu os partidos, mostrou como podia fazer um bom debate, fez em conjunto com os partidos um bom acordo e pediu homologação ao TER.
O juiz Pedro Alcântara foi designado para relatar o processo de homologação e pediu parecer do Ministério Público. Recebeu o OK, tudo nos conformes, de acordo com a Lei. Tascou a homologação e fez a TV Clube acreditar que a partir daí estava livre para engendrar todos os preparativos que acarretariam investimentos relevantes. Além de todo o aparato de engenharia, confecção de cenário e preocupação em arranjar espaço físico para os candidatos, podia fazer as contas do tempo para distribuir entre perguntas e respostas dos candidatos. E assim foi feito. No dia do debate, usando o direito de contestar, a professora Lourdes Melo, guerreira candidata do PCO, foi ao TER pedir para entrar na festa como penetra. O pedido de liminar caiu na mão do juiz Pedro Alcântara. O mesmo Pedro Alcântara que homologou o acordo do debate e as suas regras. E foi aí que Lourdes me conquistou.
Do alto de sua confusa sapiência o juiz deu um sim antológico: in verbis – como se diz no juridiquês: “É indiscutível que o art. 18 da Resolução TSE 22.261/06 faculta às emissoras a participação em debates de candidatos sem representação na Câmara dos Deputados” – ou seja, reconhece que a TV Clube tinha razão em não convidar a candidata.
“Entretanto – prossegue o juiz, não se pode deixar de reconhecer que permitindo a legislação o registro de candidatos sem participação na Câmara dos Deputados, deixe de assegurar o direito de sua participação em debates realizados em emissoras de rádio ou televisão”. E acrescenta que foi buscar este argumento para dar a liminar na opinião do “renomado professor Adriano Soares da Costa”. Trata-se de um comentário que o renomado professor fez em um de seus livros de direito. Data Vênia preclaro juiz. E desde quando uma opinião, um comentário jurídico e um exercício de argumentação têm força de lei? Diz o renomado professor Adriano em sua argumentação: “Ora, se a legislação admite o lançamento de candidaturas por pequenos partidos, é curial tenham eles idêntico tratamento aos demais, sob pena de admitir a quebra do princípio do equânime tratamento dos candidatos, criando duas categorias de candidatos”. Ok, lindo raciocínio. Mas eu também penso e garanto que há várias categorias de candidatos. Se houvesse só uma o próprio TSE não os trataria com desigualdade na hora de distribuir o tempo da propaganda eleitoral na TV. Claro que é legítimo espernear. A professora Lourdes é uma guerreira, não desiste nunca. Tinha o direito de pedir o que pediu. O ilegítimo é penalizar uma emissora que agiu corretamente, dentro da lei, acreditando na Justiça Eleitoral. Sou concorrente do renomado professor Adriano. Sem ser tão renomado, tenho opinião pra tudo. Posso dizer que igualdade é utopia de ideologia comunista. No capitalismo o que deve prevalecer são as diferenças. A vontade da maioria é regra democrática. A justiça existe para dar garantias às leis emanadas da sociedade e não para promover igualdade. (MC)
Se é para igualar, que garantisse à guerreira professora Lourdes os votos de que ela necessitava para empatar a eleição com os demais candidatos. Empatados, seria governador do Piauí o candidato que tivesse o melhor tino jurídico. Viva a professora Lourdes. Ela é acima da média! Devia ser a nossa governadora. Pena que não conseguiu voto sequer para empatar uma disputa no Sindicato dos Professores. Com o meu, ela obteve exatos 715 votos como candidata a governadora do Piauí. Menos da metade do número de colegas filiados ao SINTE, onde é líder.
(Postado sem revisão final)

quarta-feira, setembro 20, 2006

COMO ASSIM, PADRE TONY

O padre Tony Batista é uma mãe. Aquela maezona que harmoniza as diferenças dos filhos com um jeito carinhoso. Não os deixa satisfeitos, claro, mas imprime respeito nas suas decisões. Aspirou esta qualidade, provavelmente, nos estudos profundos da fé cristã, especialmente nos manuais católicos. Foi o que aconteceu agora na escolha da melhor reportagem sobre a Caminhada da Fraternidade. As repórteres Simone Castro da TV Antena 10 e Neyara Pinheiro da TV Clube dividiram o título de primeiro lugar. Dividiram o título. O prêmio não! Padre Tony deu um jeitinho e mandou pagar o valor integral do prêmio às duas equipes premiadas. Vi as duas matérias concorrentes. Embora enfoquem o mesmo tema, obvio, uma é completamente diferente da outra. Simone fez uma reportagem factual. Acompanhou a caminhada, contou uma boa história, flagrou a emoção dos caminhantes católicos e fez uma analogia com a emoção da Copa do Mundo, porque era época da competição. Neyara Pinheiro também recorreu ao mote Copa do Mundo. A analogia foi para mostrar os preparativos do time que organiza a Caminhada. O time que se mistura aos torcedores – os caminhantes, no dia da caminhada, para expressar a emoção da solidariedade. Não fosse uma mãe, padre Tony teria batido o martelo e dito qual das duas merecia o primeiro lugar. Para o critério do tema proposto o prêmio seria de Simone. Foi ela que discorreu mais sobre a Caminhada em si. Neyara foi mais além. Mostrou os preparativos, usou linguagem paralela de edição, fez uma produção além do que pedia o regulamento. A comissão julgadora do padre Tony não viu isto. E, mesmo sendo de cinco pessoas, por incrível que pareça, no final do julgamento empatou as duas reportagens. Como assim, empatadas com CINCO votantes? Não há lógica matemática na Igreja Católica? Desígnios de Deus não se explicam. O padre Tony herdou a ambigüidade da Igreja Católica. O Deus do catolicismo, para agradar a todos, se divide em Pai. Filho e Espírito Santo. Mas rigidamente a gente tem que compreender que é um único Deus. Jesus, o Deus filho, tem mais de cinqüenta mães. Há Virgens Santíssimas para todos os gostos. E todas as Virgens, de todos os lugares, são a mãe verdadeira do filho do Homem. E entenda-se “o Homem” aí como Deus verdadeiro, embora o filho também o seja. No lugar em que não há Pai ou Filho, nem Espírito Santo – se é que isto é possível, o povo se apega a um pedaço de pau cruzado como símbolo milagroso. É o caso de Santa Cruz dos Milagres. A Igreja Católica diz que está tudo certo. Não pode é desagradar. Simone Castro e Neyara Pinheiro, que ganham modestamente bem e não corriam atrás do prêmio em dinheiro, mas do titulo de primeiro lugar, de melhor reportagem, devem estar orando agora e pedindo perdão a Deus pelos pensamentos impróprios que tiveram para definir o resultado festivo da competição. Festivo e de um colorido facial gracioso. Circular.

terça-feira, setembro 19, 2006

A LÓGICA DO PT

Em dois momentos da minha vida, ao que eu me lembre, torci pelos bandidos: no roubo ao Banco Central em Salvador e, mais recentemente, no roubo ao Banco Central em Fortaleza. Em salvador os bandidos esconderam-se, no início de um feriado prolongado, dentro do banco e saíram de lá com um caminhão baú cheinho de dinheiro. Em Fortaleza cavaram um túnel. Ninguém saiu ferido nos dois casos, a não ser o moral dos chefes de segurança. Fiquei assustado ao perceber que estava torcendo pelos bandidos. Mas aos poucos vi que não era só eu. Com os amigos e conhecidos que conversava, confessando um pouco de vergonha por isto, ao contrário de reprimenda, recebia novas confissões. Na verdade quase todos os brasileiros tiveram o mesmo sentimento. Talvez pelo planejamento cinematográfico, pela inteligência e paciência dos criminosos, pela espetacularidade com que a mídia expôs o fato. A hipótese mais provável, no entanto, tem natureza psicológica, pelo menos aqui no Brasil. Os números apresentados nos assaltos têm o poder de extasiar, de fazer-nos inverter os valores. Quem rouba pouquinho é ladrão de galinha, merece cadeia. Quem rouba milhão merece o perdão. Senão como explicar que Lula ainda esteja cantando de galo? Quando começaram os escândalos, com as notícias de que a turma do presidente estava comprando deputado a preço de banana, com míseros trinta dinheiros por mês, no chamado mensalão, quase cassaram o mandato do presidente. Foi só o carequinha xará Valério entrar em cena, falando em milhões surrupiados das estatais, de negociatas e em maracutaias, a opinião pública se inverteu. Aquele era o homem. Passamos a torcer a favor. Afinal o esquema não era coisa de qualquer bandidinho ladrão de galinha. O PT aprendeu que para fazer bons negócios é necessário mais do que uma mixaria na cueca. Tanto é verdade que já agora, para comprar um punhado de papel sem valor, um assessor especial do presidente foi preso com um milhão e setecentos mil. Tudo bem que a gente sabe que nos partidos há os oportunistas, os arrivistas, que chegam de pára-quedas. No PT não! Toda a intelectualidade do crime é gente que tem passado e história na sigla. O mais fraco talvez seja o Delúbio, ou o Silvinho Pereira, ou ainda o tal de Freud, o pobretão de um milhão e setecentos. Seguindo a lógica, para abafar de vez mais este escândalo, o presidente Lula precisa tomar uma posição, além daquela de ser o bobo da corte.
Mas por favor, presidente, quando for para assumir não venha com cifras paupérrimas. Fale logo em milhões. Lembre-se que Collor de Melo foi cassado porque era ladrão de galinha. Foi surpreendido aceitando um presentinho de menos de vinte mil reais, um Fiat Elba. Semelhante ao presentinho que o senhor recebeu sem querer do amigo e companheiro Paulo Okamoto. Aquele pagamento da dívida, lembra?

quinta-feira, setembro 14, 2006

O VOTO "A NÍVEL DE" MAÇONARIA

Estou ainda sem candidatos para representar-me na Câmara dos Deputados e na Assembléia Legislativa. Há uma semana acompanho pelo rádio a propaganda política e não consegui ouvir nenhuma proposta decente dos novos postulantes. Há os que dizem besteira, os que se apresentam como médico, como advogado, como trabalhador, como sindicalista e por aí vai. De minha parte, como não estou doente nem precisando de assistência jurídica e tenho uma certa desconfiança de sindicalista, preferi ficar na dúvida.

Tentei me fixar nos candidatos que tentam a reeleição. Mas eles só apresentam trabalho na área que não me diz respeito. Um Deputado Federal, por exemplo, afirmou que merece ser reeleito porque destinou cerca de 800 mil reais para acabar com as gambiarras de energia elétrica nas favelas de Teresina. Até o final de 2007 todo favelado vai receber dinheiro para fazer uma ligação de energia legalizada. Não sou favelado e nem consumo energia de gambiarra. Portanto este já está fora das minhas intenções. Se fosse favelado também não votaria nele. Se tivesse energia de graça, roubada do poste da esquina, por que iria querer fazer uma ligação registrada para pagar conta? Tem candidato que promete criar emprego. Não diz em que área nem explica que o trabalhador tem que ser qualificado. Como estou empregado não me seduz esta promessa. E o pior: a grande maioria dos candidatos só promete e garante que vai salvar os pobres. Vai dar a eles melhores condições de vida, de trabalho, de educação, de segurança. Eliminei aí mais um bocado porque não sou pobre, embora precise de educação de qualidade para meus filhos e netos e segurança para minha família. Mas os candidatos não querem saber de mim. Eles dizem que os ricos podem pagar. Como também não sou rico me sinto perdido. E sem proteção, e sem candidato. Recebi em minha casa alguns candidatos, desses que andam de porta em porta apertando mão e se apresentando como legítimos representantes da “comunidade”. A maioria escolheu uma má hora para me visitar. Estava em descanso ou brincando com meu neto. Foram eliminados porque atrapalharam o meu sossego. O melhor candidato que recebi pedindo voto foi no meu trabalho. Chegou como quem não quer nada e se apresentou como irmão. "A nível de muito respeito e cumplicidade" - dizia ele. Como assim, irmão? – Perguntei. Tinha em mente que estava me confundindo com evangélico ou, na pior das hipóteses, meu pai teria feito alguma coisa muito agradável com a mãe dele. Só caiu a ficha quando ele pediu um papel, assinou rebuscadamente o nome e colocou três pontinhos em forma de triângulo no final. “Reconhece este sinal a nível de irmandade?” – Perguntou ele. Claro que reconheço, disse-lhe. Eu também gosto de enfeitar a minha assinatura, embora desniveladamente, com três pontinhos. Aí ele se animou e começou a falar da seriedade da Maçonaria, porque candidato maçom era de confiança, além do que deveria existir “entre nós maçons o compromisso de solidariedade a nível de irmãos”

Quando ouvi o “nós maçons” me senti um verdadeiro Grau 33, detentor do absoluto segredo da Maçonaria. Foi aí que resolvi testa-lo com os meus conhecimentos maçônicos: “Diga-me, meu irmão, qual a medida exata entre o centro do focinho e a ponta do rabo do maçônico Bode Preto?” O irmão simplesmente não soube responder e saiu pela tangente dizendo que "o Bode Preto, a nível de Maçonaria, não passa de uma fantasia". Perdeu meu voto, o irmão. Não posso votar, ser solidário ou parente universal de um candidato que não conhece, a nível de maior segredo maçônico, as medidas de um bode.

sexta-feira, setembro 08, 2006

NÃO CONHEÇO TERESINA

Estou entrando em pânico. Num beco sem saída. Provavelmente pela falta de sinceridade. Por ser bairrista. Nos encontros de trabalho em outras capitais sou o mais intrépido defensor do Piauí, de Teresina. Não aceito gozações de que aqui é quente, que é o Estado mais pobre e essas coisinhas que as pessoas de fora têm como a mais relevante informação. Nunca imaginei que um desses colegas de fora quisesse me por à prova. Pois foi o que aconteceu agora. Um amigo de João Pessoa manda-me um e-mail e telefona confirmando que pretende passar três dias em Teresina, com a mulher e um casal de filhos adolescentes. Viagem de férias. Quer conhecer o melhor da capital piauiense. Está inquieto para ver os encantos de que tanto falo com muita paixão. Vem no final da primeira quinzena de outubro.

Pombas! E logo no período de mais calor? Alguém pode estar pensando que isto é besteira, que o mundo todo sabe que aqui faz calor. Portanto não se justifica a minha apreensão. Não se justificaria, não fossem as respostas secas que dou aos gozadores do Piauí. Esse amigo, por exemplo, uma vez me perguntou o que existia aqui além do calor escaldante. Imediatamente perguntei o que ele conhecia do Brasil, além da fama falsa do calor de Teresina. Falsa fama... deixa estar! Não há de ser nada, pensei após receber o e-mail. Vou arrasar com uma boa programação de nossas coisas. Vejo com tristeza agora que “coisa” é um excelente substantivo. Desde que você não saiba ao certo do que vai falar. Procurei a programação de Teatro para outubro. Se houver, ainda não tem nada definido. Corri para o site da PIEMTUR. Nenhuma informação sobre Teresina, a não ser algumas fotografias da cidade e um texto, uma espécie de crônica surrealista. Sonho de realidade. Fala mais do que queremos ser do que realmente somos. Na descrição dos parques ambientais da cidade a única coisa que se aproveita são os números das leis que os criaram. Nós que moramos aqui sabemos como estão hoje. Basta visitar dois: Parque Poticabana e Parque da Cidade... Lembrei das agências de viagem. Liguei pelo menos para três delas, as maiores segundo a minha avaliação, perguntando o que teriam para oferecer aos visitantes como opção. A resposta em todas foi uma graça. No geral a especialidade delas é tirar o teresinense daqui para conhecer outras capitais, outros países e as praias exuberantes do Nordeste. Sei que posso pegar os filhos adolescentes do meu amigo e jogar nos shoppings. Sim mas e daí? Além de levar o meu amigo para almoças e jantar, e nisto Teresina, para quem pode pagar bem, tem fartura, o que mais posso fazer? Por favor quem tiver costume de enganar amigos visitantes me socorra. Não vale informação de folheto de balcão de hotel, nem opções de compras, nem indicação de artesanato. Ele é do Nordeste. Quem gosta de balangandã feito a mão é paulistano, carioca e europeu. Mas quero lembrar também que antes de entrar em desespero já consultei todas os nossos balcões de informação turística. O que não estava “sem funcionar no momento” o telefone constava como número errado. Tudo bem, eu sei que Teresina recebe centenas de pessoas de outros Estados. Afora os doentes que buscam tratamento, tem os turistas de eventos e encontros de trabalho. Tem os arrivistas, tem os bem intencionados e representantes comercias. E efetivamente meu amigo não se enquadra nestas categorias. Não quero fazer com ele o que as agências de viagens fazem com os teresinenses, com a lógica de que o melhor da cidade está no aeroporto, com o embarque confirmado, ou na Ladeira do Uruguai, saída para Fortaleza e para as praias piauienses.

sábado, setembro 02, 2006

CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA? TÔ FORA!

Aprendemos, eu e toda pessoa normal, que quando a esmola é grande o cego desconfia. E este é um ensinamento que vem de nossos bisavós. Bem a propósito, tive alguns desentendimentos por causa disto. O mais emblemático é com os ecologistas. Que o digam os amigos Judson Barros e Alcide Filho. Se bem que os dois têm menos interesse que a grande maioria. Ecologistas estão sempre fazendo discursos apaixonados em favor da natureza. Existem centenas de ONGs bem abastecidas de grana para defenderem os animais e as plantas. A mais notória organização é o Greenpeace Internacional, que tem ramificações no Brasil. Não dou um vintém por nenhuma. Sou a favor da vida humana. Da vida inteligente, produtiva. Para preserva-la e alimentá-la não ligo se vão morrer centenas de baleias, bois, cabritos, macacos, onças, guaribas e bichos-preguiça. Tampouco me incomoda a devastação de matas para plantar grãos ou criar gado. Ecologistas e ONGs espalham pelo mundo, jurando que é verdade, que o planeta Terra está ameaçado de ficar sem água potável. Que a solução é preservar a Amazônia, pulmão do mundo, que a floresta deve ser um bem da humanidade, deve ser internacionalizada. Até a ONU entrou no discurso. Sou um analfabeto em ecologia, em ecossistemas e outros neologismos criados para colocar na moda os interesses de uns poucos. Mas bobo, não! Ninguém vai me convencer que um planeta feito de água, com calotas polares gigantescas, com oceanos ainda inexplorados, deve se preocupar com essa bobagem. Para o argumento de que ninguém bebe água salgada do mar, dou o testemunho da inteligência humana para criar tecnologia capaz de dessalinizar todos os oceanos. Tecnologia, aliás, já obsoleta. E estou expondo esta posição anti-ecológica antiga porque li hoje uma entrevista que o site www.oquintopoder.com.br divulgou com o pensamento de Gelio Fregapani sobre a preservação da Amazônia. E Fregapani não é qualquer jornalistazinho metido a besta, como eu, que sai colando opinião sobre o que gosta e o de que não gosta, mesmo quando não entende do assunto. Gelio Fregapani (apresentação colada do site) “...é o maior conhecedor da Amazônia. Gaúcho, é o mentor da Doutrina Brasileira de Guerra na Selva. Para atingir a capacidade de iniciativa de tal magnitude já esteve em praticamente todos os locais habitados e muitos dos desabitados da Amazônia, inclusive a selva, aquela que poucos conhecem e que nem uma hecatombe nuclear destruiria. Fala também mais de uma língua indígena Fregapani já conduziu geólogos a lugares ínvios, chefiou expedições militares e coordenou expedições científicas às serras do extremo norte e onde dormem as maiores jazidas minerais da Terra. Desenvolveu também métodos profiláticos para evitar doenças tropicais, tendo saneado as minas do Pitinga e a região da hidrelétrica de Cachoeira Porteira. Coronel do Exército, serviu à força durante quatro décadas, quase sempre ligado à Amazônia, tendo fundado e comandado o Centro de Instrução de Guerra na Selva. Há mais de três décadas, vem observando a atuação estrangeira na Amazônia, o que o levou a escrever Amazônia - A grande cobiça internacional (Thesaurus Editora, Brasília, 2000, 166 páginas), apenas um título de sua bibliografia. Ele está convencido de que a grita dos ambientalistas serve a interesses americanos e de que a ferrugem da soja foi introduzida no Brasil por concorrentes da grande nação do norte. Para Fregapani, a vocação da Amazônia, além da produção de metais, é a silvicultura. “Se nós plantarmos 7 milhões de hectares de dendê na Amazônia, extrairemos 8 milhões de barris de biodiesel por dia, o que equivale à produção atual de petróleo da Arábia Saudita.

Muito bem. Quem quiser continuar sendo ecologista de carteirinha pode abandonar o assunto. Mas se quiser pelo menos ter uma noção de como questionar as grandes esmolas que esse pessoal quer dar à humanidade, com sua luta, aconselho o site www.oquintopoder.com.br para ler a íntegra da entrevista do Fregapani. Após o acesso clica na coluna Soberania Nacional. E nem precisa acreditar em tudo que o Fregapani diz.