Vez ou outra acordo invocado e tenho visões premonitórias. No fim do dia, ou de um certo tempo determinado, as coisas acontecem do jeitinho que vi na minha síndrome de pai-de-santo. De babalorixá. De mãe Diná, como já ficou provado na época da Copa do Mundo de Futebol.
E nem preciso de cartas ou búzios. É só na base da invocação mesmo.
Há uma semana venho sendo acossado para dizer alguma coisa sobre 2007. Será um ano bom no frigir dos ovos. Até julho com certeza o presidente Lula vai navegar em águas mansas. Vai ser uma mãe com as oposições, distribuir benesses aos tortos e à direita, insuflando insatisfações na esquerda. Depois daí salve-se quem puder. Sem crescimento econômico e com uma inflação lambendo os fundilhos dos erros de campanha, o bicho vai pegar.
Na economia o país vai ter reboliço a partir logo de abril. Greve na educação e na saúde. Início das insatisfações no governo. E o PT vai ser o carro chefe das intrigas que vão estourar no segundo semestre. O Brasil vai sofrer muitas restrições aos seus produtos de exportação e o superávit corre o risco de ir ao beleléu.
No primeiro ano do novo mandato dois ministros serão defenestrados. E mais um vai prestar contas com o Senhor. Não está claro se o senhor dos Céus ou do Inferno. Também está um pouco nebuloso se é ministro, auxiliar direto ou amigão do presidente. Mas é certo que alguém muito influente vai bater as botas.
E por falar nisto o Piauí também vai se comover com a morte de um líder político em 2007. Mas não vai fazer falta. Ele já está na hora de descansar. Wellington Dias vai começar o ano com duas ou três cartas na manga, mas vai quebrar a cara antes do final do primeiro semestre. Isto porque vai nomear dois auxiliares trapalhões. Um é amigo do peito. O outro sairá das forças políticas que gostam de minar o terreno.
O calcanhar de Aquiles dos dois governos do PT, no Brasil e no Piauí, será a segurança pública. Alguém vai deixar de cumprir os acordos com os bandidos e aí vem a reação. No Piauí o novo secretário, que não sabemos ainda quem é, pode largar o cargo no meio do caminho. Vejo também que vai assumir em meio a muitas manchetes de factóides. Vai se notabilizar pelo que diz e não pelo que faz.
No Piauí muito desentendimento entre os poderes Legislativo e Judiciário. Mas no fim os dois vão se entender e todo mundo comemorar. Dois escândalos se ensaiarão e até dossiê vai ser distribuído contra gente do Governo.
Este também é um ano de harmonia entre Estado e Município. Mas na virada de 2007 vai aparecer um ciumento para estragar tudo. Alberto Silva não vai conseguir terminar o curral do Albertão. Nem o metrô. E a Poticabana corre o risco de virar depósito de lixo. A mamona vai fazer água ao invés de biodíesel.
Mas tudo isto é muito óbvio, dirão os expertises em política e economia.
Eu respondo: a obviedade é um fascínio.