"Suzane Morone disse... A sorte de possuir uma grande inteligência é que nunca vai te faltar asneiras para dizer”. Comentário sobre o texto deste blog: “REFLEXÃO PROFANA DA PÁSCOA”.
Achei uma jóia. Aplaudi a frase depois de corrigir mentalmente a concordância. Assumi Orgulhoso e com grande modéstia a minha inteligência superior. E de quebra eu também acho que muito do que escrevo não passa de... como direi... tudo bem...
Li o comentário da Suzane e fiquei com a sensação de que algum dia já havia pensado exatamente assim. Ou dito ou escrito algo semelhante. Corri para as minhas anotações. Nada! Revi algumas crônicas. Nada! Passei a Páscoa pensando na frase. Castigo por ter relinchado contra as trapalhadas da Igreja Católica, talvez.
Hoje cedo Deus, na sua suprema bondade, mostrando-me que é feito de perdão para os que pecam contra o seu santíssimo nome, iluminou os caminhos da minha busca. Num estalo lembrei-me de um texto do fenomenal russo Anton Tchekhov: “O Orador”
Heureca! É exatamente dele a frase que a Suzane usou para exaltar as minhas asneiras: “Que sorte possuir uma grande inteligência: nunca te faltam asneiras para dizer”. Anton falava de si, ensinando que para produzir um bom texto bastava ter inteligência, porque o que vale é saber trabalhar as palavras, coloca-las na vitrine com destreza. Não importando o resultado do que é dito.
Anton Tchekhov foi O CARA na passagem do século XIX para o século XX. Ele morreu em 1906. Era médico. Ganhou notoriedade em 1880 como novelista e dramaturgo. Criou o Teatro de Arte de Moscou. Obras mais conhecidas no Brasil: “As três irmãs”, “Ivanov” e “O Tio Vania e a Cerejeira”.
A Suzane provavelmente usou o conhecimento acumulado em leituras e me fez o mais grato elogio. Sim, porque uma referência a Tchekhov é impagável. Basta lê-lo em qualquer fase de sua brilhante produção literária.