Tivesse eu,
hoje, oito ou nove anos, e alguém me perguntasse o que queria ser quando
crescesse, responderia com toda a alegria: queria ser o Roberto Jefferson.
Sim, esse
mesmo que foi preso neste 24 de fevereiro de 2014, condenado no bojo do
processo que julgou os envolvidos no mensalão do Lula. Fiquei fã do cara.
Acompanhei
desde a denúncia, passando pela queda de ministros até a condenação de cada um.
Jefferson, dentre todos os condenados, foi o único que teve dignidade.
Confessou publicamente em que e para que se envolveu com os mensaleiros, disse
quanto recebeu e não fez xixi nas fraldas quando foi chamado a prestar contas.
Desde a
condenação até a notícia de que seria preso, manteve-se sereno e esperou
resignado pelo carro da PF para conduzi-lo ao presídio. Não driblou os
jornalistas nem a opinião pública: “eu
estou preso, fui condenado, não tenho o que esconder” – respondeu altivo
a um jornalista que perguntou por que, como os demais condenados, não usou um
carro particular e se deixou ser conduzido por policiais no carro da PF.
Naturalmente alguém vai querer saber de mim se vale à pena
ser o Jefferson, que confessou ter recebido quatro milhões de reais como
beneficiário do Valerioduto, mas foi condenado a quase oito anos.
Pergunto: ele vai ficar todo esse tempo encarcerado?