Em 1968, no vigor dos 16 anos, um anônimo entre centenas de estudantes que queriam mudar o Brasil, resolvi que queria ser jornalista. Em 69 bati à porta do Jornal do Piauí, onde fiquei como auxiliar de revisor. Em 70 já estava sugerindo notas e artigos. Lutei pela liberdade de expressão sentado no banco dos réus. Guardo uma lista imensa de coisas planejadas e algumas realizadas. Espero que esta nova incursão, manter um blog sempre atualizado, seja duradoura.
segunda-feira, março 13, 2006
A ÉTICA DO MALANDRO
Uma provocação:
Eu não ligo a mínima para os Códigos de Ética. Não passam de modismos e de certa forma só contemplam os malandros. Há sempre um artigo ou um parágrafo à disposição dos poderosos, contra os jornalistas ou qualquer outro profissional. Na Universidade deve-se aprender técnicas.
A ética cada um recebe do berço: no convívio familiar, no convício dos colegas de escola, na formação religiosa. Esta é a ética que eu conheço. Um publicitário é treinado para vender produtos e marcas, um advogado é treinado para defender causas, um médico é treinado para salvar vidas. Pelos modismos da ética um médico poderia, por exemplo, pedir a ficha corrida do paciente para saber se é bandido? Um advogado está sendo aético ao defender um criminoso? O que seria ético para um publicitário? Pegar um contrato de dez mil para promover uma festa, digamos, religiosa, ou pegar uma conta de cem mil reais para emplacar uma marca de bebida?
Acho, particularmente, os manuais de ética uma grande hipocrisia. Para mim o código de ética são a Constituição Federal e as leis complementares. Se alguém se der ao trabalho de ir na internet pesquisar Código de Ética vai encontrar um infindável número de sites. Tem, por exemplo, o Código de Ética dos Observadores de Pássaros com um artigo que permite a invasão do habitat natural das aves mas proíbe qualquer tipo de perturbação das mesmas. Dá até vontade de entrar na profissão só para saber como isto seria possível.
Ou seja: cada categoria profissional se acha no direito de imprimir algumas normas de conduta por puro exibicionismo. E em alguns casos para adquirir privilégios.
Conheço dezenas de jornalistas que do Código de Ética só ouviram falar, nunca viram nenhum manual impresso, e são incapazes, por formação e por convicção, de cometer quaisquer deslizes éticos. Preferem levar furo, arriscar a audiência ou vender menos jornal. Chegariam até ao extremo de perder o emprego.
Em outra versão há aqueles que vivem citando cada artigo do Código de Ética e destroem princípios básico da boa conduta se protegendo com a tal liberdade de imprensa e com o falho argumento do direito à informação.
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