quarta-feira, agosto 22, 2007

O TOLO ZOTTOLO E A PAPALVICE PIAUIENSE

Há tempos venho catalogando alguns fatos notáveis que reunirei em um livro, cujo título - FEBEAPI, foi pensado há mais de trinta anos. É inspirado, claro, no FEBEAPA, do genial Sérgio Porto, ou Stanislaw Ponte Preta, pseudônimo usado por ele para assinar a obra. No FEBEAPA Stanislaw mostrou o Festival de Besteira que Assolou o País durante o regime militar. No FEBEAPI mostrarei o Festival de Besteira que Assola o Piauí nos tempos modernos. Faltava-me, para completar a obra, uma besteira que fosse mais besteirol entre todas as besteiradas produzidas pela nossa inocente mente provinciana. Felizmente ela veio agora, após a declaração do deselegante presidente da Philips, o senhor Paulo Zottolo, de que “...se o Piauí deixar de existir ninguém vai ficar chateado”. Particularmente acho que Zottolo tem capacidade para produzir frase mais elaborada. Poderia ter fugido do óbvio. E talvez tenha sido o óbvio o causador da ira dos vaidosos piauienses, das organizações ligadas a partidos políticos e dos aproveitadores de última hora. Estes, na falta do que fazer e de como justificar a inércia, passaram a repercutir a palva declaração do presidente da Philips. Alguns chegaram ao cúmulo de sugerir pedido de indenização, boicote aos produtos representados por ele e outras macaqueadas. Não conheço nenhum piauiense, os que realmente se preocupam e conhecem o potencial do Estado, que tenha se incomodado com a tentativa de ser engraçado do senhor Zottolo. Primeiro porque sabem que o Piauí é alvo natural de muitas piadinhas. Segundo porque têm consciência que isto decorre exatamente da capacidade de alguns conterrâneos produzirem fatos negativos que rapidamente caem no anedotário nacional. Antigamente os nativos tinham bom humor. A Câmara Municipal de Teresina, por exemplo, deu um título de cidadão ao compositor-humorista e cantor Juca Chaves no auge de sua carreira, quando ele produziu a mais bela página musical do cancioneiro nacional, um versinho safado que dizia: “Piauí, Piauí. Se o mundo tivesse um fiofó, o fiofó seria aqui” Ninguém se incomodou em ser o fiofó do mundo. Juca Chaves andava por Teresina distribuindo gracejos, freqüentando altas rodas e traçando algumas moçoilas da chamada “alta sociedade”. Taí o ex-vereador Dubá Leitão que não me deixa mentir. Mas voltando ao FESTIVAL DE BESTEIRAS QUE ASSOLA O PIAUÍ, a melhor tolice, repito, o fato que vai para o meu livro FEBEAPI, é a reação provinciana dos oportunistas. A Phillips, a quinta maior corporação do mundo, a maior indústria de equipamentos hospitalares e a primeira em eletroeletrônicos e utilidades domésticas, cujo investimento em programas sociais na América Latina deve somar dez vezes o PIB de nosso estado, deve estar tremendo na base com o boicote dos piauienses. Todo o episódio poderia ter se resumido na reação oficial do governador e no pedido de desculpas formal e inciso do infeliz presidente da Phillips. Mas isto seria exigir demais de um Estado que já tem uma grande história e experiência em produzir ganchos para as piadinhas de mau gosto. Mau gosto para os nativos, porque para outras tribos vai continuar sendo o fino do humor nacional.

14 comentários:

  1. Anônimo4:52 PM

    acho que o senhor é que não tem amor ao piaui. parece que é extrangeiro. e pode dispensar os piauienses desse seu livro maldito

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  2. Anônimo5:45 PM

    Fecho contigo caro jornalista. E é preciso ter coragem para dizer o que você está dizendo a verdade nua e crua. E se é verdade que o grupo Claudino está boicotando os produtos Philips pode ter certeza que é por amor ao lucro. Vai negociar bons preços para as próximos pedidos. Seu João não dá murro em ponta de faca não sinhor. Se nem piauiense é porque tomar as dores?

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  3. Anônimo5:56 PM

    Querido Marcus Cavalcanti:

    Imagino que, por trinta anos esperando, tenha havido um açodamento de sua parte em encontrar, finalmemente, no episódio Zottolo, a letra que faltava no seu Febeapi.
    Em primeiro lugar, porque ter plantão de oportunistas não é privilégio do Piauí, e segundo, e principalmente, porque você se permitiu "entrar na onda" do Piauí contra a Philips distorcendo, como tantos, no meu modo de entender, as ilações necessárias ao entendimento do episódio.
    Porque este Paulo Zottolo, apesar de estar presidente da Philips no Brasil, não falou a bobagem que falou(o que você chama benévolamente de deselegancia) enquanto presidente da Philips mas sim, como um dos principais mentores do movimento "Cansei". Foi a este título entrevistado pelo Valor economico e falava em nome dos cansados. Elidir este fato notório, sou sincero em dizer francamente, não fala em favor do jornalista. Em artigo publicado no portal 180 graus.com http://www.180graus.com/opiniao/artigo.asp?id=780 creio ter demonstrado que o infeliz Zottolo "se entregou" ao dizer a estupidez ("deselegancia" como voce avalia).Uma semana antes, em entrevistareproduzida no blog do movimento cansado ele propunha encarar o Brasil não como país, mas como nação, reclamando do tratamento aele dispensado "elite branca" querendo dizer quos brasileiros, pobres e ricos, tem os mesmos interesses e tal. Quanto falou do Piauí, não tenho a menor dúvida, estava se referindo á população mais pobre do país, os sub-consumidores, representados no imaginário do "brasileiro que chegou lá" (que é como ele gostaria de ser visto) pelo Estado mais pobre do Brasil. A Philips entrou nesta história como Pilatos no Credo e isto precisa ser dito.
    beijos e abraços
    do Joca Oeiras, o anjo andarilho

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  4. PARA JOCA OEIRAS. Grande Anjo Andarilho. Inicialmente uma correção: Não estou esperando há trinta anos um fato para fazer o FEBEAPI. O título é que foi pensado há trinta anos, como está bem claro na abertura do texto. Como você, e talvez um pouquinho mais, conheço a história de Paulo Zottolo desde quando ele foi o executivo do ano na Nívea, empresa que guindou de décima para a primeira no mercado de cosméticos. Portanto sei que ele é o principal mentor do "CANSEI", com todas as garantias constitucionais, diga-se de passagem. Era desnecessário mencionar isto em meu texto exatamente porque a grande imprensa já estava fazendo em primeiro lugar. Segundo porque a reação dos pseudos-ofendidos foi contra o presidente da Phillips e não contra o cidadão. E mais: não tive nenhum propósito de analisar a ofensa, mas a reação que achei virulenta e despropositada dos aproveitadores, políticos e entidades ligadas a partidos políticos. E você sabe, creio, do que estou falando. E aliás tenho a mais clara convcção que esta reação se deve exatamente porque Zottolo resolveu dizer que bastava de palmas ao Lula. Por último quero dizer que chamei a fala do homem de "deselegância" porque para mim não passa disso. Há outras maneiras de dizer uma verdade. Os piauienses e os que amam esta terra sabemeos, engolindo todo os nossos orgulho e altruísmo, que ninguém vai mesmo notar, nem reclamar, se sairmos da festa sem uma breve despedida. Um grande abraço e agradeço pela participação crítica.

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  5. Anônimo12:54 PM

    A repercussão das declarações do Sr. Paulo Zottolo, me faz pensar sobre os comportamentos coletivos. Os piauienses, tangidos pela mídia sedenta de audiência e pelos oportunistas de plantão, se comportam como massa; pensam que pensam e repetem o bordão dos "ofendidos". Sinceramente, acho exagerada a reação a uma declaração infeliz do presidente da Phillips (ganhou um bocado de mídia grátis). Nem temos esse sentimento todo de - com o perdão do palavrão - "piauiensidade". O governo do Estado gasta uma fortuna para "elevar a auto-estima" dos piauienses, que respondem mal aos apelos da campanha.
    Mas é preciso criar um fato. É preciso que o povo fique "indignado" com as palavras ofensivas de Paulo Zottolo, para, bovinamente, sentir empatia por aqueles que defendem o Piauí e converter isso tudo em voto.
    Só tenho aparelhos Phillips, que é marca boa. Boicote é a mamãezinha...
    Tinha mais a dizer, mas na internet temos que escrever pouco.

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  6. Anônimo12:56 PM

    Gostaria de me identificar. Paulo Moura escreveu o comentário: "A repercussão das declarações do Sr. Paulo Zottolo, me faz pensar sobre os comportamentos coletivos. Os piauienses..."

    Paulo Moura

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  7. Anônimo4:54 PM

    De todo o seu comentário e apesar do apoio e da concordância de alguns, eu posso imaginar que o senhor tem muita raiva do piauí ou dos piauienses. O senhor poderia me dizer pelo menos três coisas que fazem o senhor não gostar de nossa gente? E se eu não me engano o senhor é cearense e chegou aqui puxando a cadela. Deve ser por isto que não gosta da gente né mesmo?

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  8. Quanta injustiça, cara Ana Célia! É verdade que sou cearense e cheguei aqui estalando os dedos para uma cadelinha chamada Jupy. Ela não veio à força, puxada, como você diz.
    Também não tenho nenhum motivo para desgostar do Piauí e de sua gente. Casei com uma piauiense e tenho dois filhos genuinamente teresinenses. Devo tudo a este estado: de parte da minha formação em ensino público ao emprego para minha sobrevivência e de minha família.
    Mas é verdade que às vezes, aliás muitas vezes, tenho raiva e me revolto com alguns piauienses. São poucos, é bem verdade, mas como normalmente eles estão no topo da pirâmide das decisões, isto realmente faz a diferença.

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  9. Voltou afiado hein? Vou me furtar a tecer qualquer comentário sobre o episódio Zolloto. Apenas me avise quando o livro estiver pronto. Quero ser um dos primeiros a ler. Um grande abraço e você tem razão: a Phillips deve está preparando um plano de emergência para não ir à falência depois deste boicote dos queridos piauienses.

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  10. Anônimo5:58 PM

    Camarada Cavalcante acho que a qualquer momento você vai ser expulso do Piauí e terá que voltar aqui para a terrinha. Brincadeira... Sei o quanto você é piauiense. Talvez até mais que muitos nativos. E o caminho é este, camarada. Nunca vi você falando do Piauí, mas de maus piauienses de de coisas desagradáveis promovidas na terra. Um abraço

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  11. Anônimo12:38 PM

    Marcus,

    Eu tava aqui, caqueando com meus botões, e lembrei d'umas coisas.
    Os ofendidos com as delcarações do sr. Paulo Zottolo, os piauienses "verdadeiros"... será se lembram do nome da editora de livros didáticos que tirou o Piauí do mapa? Deixaram de ouvir as músicas de Renato Russo porque ele disse que nunca viria aqui, porque aqui só tem índio? Quebraram os discos da cantora Sandra de Sá, porque ela disse que o c* do mundo é aqui? Declararam Pelé persona non grata, porque ele se recusou a jogar uma partida de futebol em Teresina, quando era jogador do Santos, na década de 1970? Cadê os defensores do Piauí quando o assunto é a construção do porto de Luís Coreia? Quem se manifestou contra o governo porque não libera recursos para a construção das eclusas da barragem de Boa Esperança? Onde andará esse tão propalado sentimento de amor ao Piauí?
    Amar o Piauí, penso, é outra coisa.

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  12. Anônimo5:27 PM

    O VOTO CAPADO DA AUTO-ESTIMA DOS VENCEDORES
    “...Ninguém conseguirá, em tempo algum, tirar a auto-estima de vencedores...” (Marcus Cavalcante - http://mcavalcante.blogspot.com/)

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    Na esquina, em roupas copiadas das telas das Tv, elas vão se apinhando ao deitar do sol. Velhos “fregueses” – vencedores na vida -, em carros cada vez mais novos, buscam seus depósitos de espermas – já cegos pela gala seca!

    Nildinha reclama com o busto cheio de peitos em decadência, parca infância e uma adolescência de abrir e fechar pernas incessantes: “Depois de capada, não tô arranjando mais nada... fazer o quê? Se eu deixar de existir ninguém vai ficar chateado...

    Dói o semblante da alma na costumeira rotina da sobrevivência; “Elas agradam a Deus fazendo o que o diabo (ou o político) gosta”. O pensamento no filho em casa, roupas jogadas ao chão, uma dose de “Cinderela” – comprada nos flanelinhas das esquinas – pronta para um uso de emergência... A estima do vencedor fungando, demorando... “chapado” de uísque; exigente nas posições reclamadas pela patroa no “lar, doce lar”.

    Para os vencedores, entre o cabaré e a Igreja, sustenta-se a família. A auto-estima dos conquistadores sorri à toa nas mesas de boa conduta e lugares requintados; a pobre puta, recheada de culotes, vive a esperança da fuga do homem de boa índole pulando a cerca... E não são poucos!

    Nildinha está fadada ao ostracismo de puteiros de esquina. Antes, quando menor, protegidas por policiais, querida dos bens “dotados”, adulada para os convívios do poder: político, dinheiro e sexo... O tempo incauto roubando-lhe a graça, dando-lhe de sobra o sobejo do desprezo dos homens: carne flácida, filho entregue a pouca sorte... maquiagem por todos os lados.

    Voltei à minha infância, revi Buim, amarrado, jogado ao chão. O sangue foi pouco; corte rápido e certeiro: Pronto! Buim estava sem os dois “ovos”. Durante muito tempo o vi crescer e engordar, uma dormência de dar pena, encostado pelos cantos sem mais querer uma conquista.

    Nildinha, Buim e o meu Piaui: três capados! Ela, pelas mãos do servilismo político que tudo arranha em troca de voto; Buim, pela ganância do homem em tudo querer ter mais e o desprezo pelos sugados; meu Piauí, por um bairrismo incidental que vez por outra sangra dos cortes das “deselegâncias” da verbosidade... Perdoem a minha!

    A noite vai pela meia vida, como nosso Piauí: amado pelos sugadores de plantão, defendido pelos que ainda sonham com mudanças... Pergunto-me, ainda: mudanças na terra ou na consciência dos homens piauienses de boa vontade? Uma última olhada para Nildinha, sozinha no ponto; quem sabe algum bêbado de última hora. Os vencedores descendo, sem mais parar... Fartos nos seus anseios incontidos.

    Vou caminhando trôpego rumo ao carrinho de espetinho: a última broca da noite...

    - Espetinho de porco, amigo!

    Desisti! Lembrei de Buim, meu leitão preferido; capado para engordar.

    Até mais ler pelos cortes que nos “capam” na vida!

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  13. Mas rapaz, que confusão você está causando com a galera do Piauí!!!

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  14. Humberto Costa10:37 AM

    Espetacular seu moço! Me dei conta agora que penso assim e agradeço ao Google por ter me colocado de frente este seu blog. Estava procurando um amigo Noel Zotollo que não sei se é parente desse Zotollo. Tomara que seja porque esse aí é o cara.

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