quarta-feira, agosto 29, 2007

UM ESTADO GIGOLÔ DAS ABELHAS

A caixa de entrada do meu correio eletrônico inundou de protestos. ofensas e poucas, raríssimas palavras de concordância ao texto anterior deste blog “O TOLO ZOTOLLO E A PAPALVICE PIAUIENSE”. Como Zotollo, reconheço que não agradei. Feri de morte a alma cívica piauiense. Atrevi-me “...a baixar a já comprometida auto-estima de nosso povo” – como acentuou o leitor Marcelo Nogueira. Entre tantos descontentes, há os que sugerem que recebi dinheiro da Phillips, que eu tenho que ir embora do Estado, que eu concordo com os que esculhambam nossa terra porque quero aparecer e que estou “acoloiado com a direita e com as elites”. Esclareço que tenho um certo prazer em pensar, em não ser o coletivo. Portanto não sou “acoloiado” com as elites, mas conluiado com a minha consciência. Admito que as elites também pensam. E quando não estão gastando dinheiro podem eventualmente dizer alguma bobagem. Assumo que não recusaria um belo cachê da Phillips. Vivo praticamente do que escrevo. Um extra não iria fazer mal algum. O interessante, em quase todos os protestos, é a alegação da auto-estima que eu tentei atingir. Já disse aqui neste blog que prefiro o exercício da cidadania à auto-estima. Sendo cidadão pode-se cobrar tudo o que é devido. Com falsa auto-estima há o risco de achar que está tudo lindo e maravilhoso. Corre-se o risco de gostar do Piauí do jeito que ele está, de concordar com mazelas porque o que vale é “amar aquilo que somos e como somos” Isto é ser contra a evolução, contra o aperfeiçoamento. Auto-estima para mim não faz parte de treinamento. Não se adquire com campanhas de marketing. Auto-estima é decorrência de conquistas individuais. Ninguém conseguirá, em tempo algum, tirar a auto-estima de vencedores. Perdedores é que lidam apenas com a confiança da próxima vez. É bem aquela velha sabedoria popular de que “rico ri à toa e pobre vive de esperança”. Não falo mal do Piauí. As minhas posições são claramente críticas ao falso civismo, à hipocrisia e de certa forma me aproveito de todo o bom humor piauiense com a própria desgraça. Sinceramente não vejo nenhuma ofensa aos piauienses achar que o Piauí não tem tanta importância assim no cenário nacional. Tanto não tem que o governador Wellington Dias, na sua resposta de desagravo ao senhor Zottolo, não encontrou tantos argumentos. Limitou-se a dizer que o Estado é um grande produtor de mel, que tem belezas naturais e potencial turístico. Foi mais óbvio que o desastrado Zottolo. Qual é o lugar desse Brasil tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, que não tem belezas naturais? E se a nossa importância econômica se sustenta no mel, cuja produção depende da exploração do trabalho árduo das abelhas, estamos irremediavelmente perdidos. Queira Deus que haja florada todo ano. E que não surja nenhum abelhão barbudo para mobilizar as abelhinhas numa greve reivindicatória por um basta à exploração. Respeito a opinião dos descontentes. E aceito todos os argumentos contra o que escrevi. Só lamento que a tenham expressado através de e-mail. Neste blog há um espaço democrático para comentários e críticas, sem nenhum controle ou censura de minha parte.

4 comentários:

  1. Anônimo3:50 PM

    Jornalista eu até concordo que muitos piauienses não entendem e nem gostam do piauí. Mas insinuar que o estado é um gigolo de abelhas foi a maior afronta que vi. Você esquece que só o grupo Claudino tem três grandes indústrias de exportação aqui e que exporta muito mais que mel.

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  2. Abelhas, Grupo Claudino... é o Piauí está no caminho certo para o desenvolvimento. Desde que me entendo por gente que o "seu João" manda e desmanda no Piauí encastelado em seu escritório da João Cabral ou em sua mansão no Jockey. Vai ser assím sempre?

    Um abraço

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  3. Anônimo8:55 AM

    Não sei se vai ser útil em alguma coisa, mas achei interessante. É um link de uma reportagem na Folha

    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1209200719.htm

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  4. Anônimo7:30 PM

    Camarada Cavalcante vem ser porreta assim aqui no Ceará, meu bixim. Um a zero para o Piauí que é gigolô das abelhas. E "nois" aqui dessa grandiosa Fortaleza estamos nos tornando gigolôs de crianças a adolescentes. Como você sabe a atração turística nem são as praias, mas as menininhas analfabetas e abandonadas pelo poder público que servem de isca para os europeus com sérios desvios sexuais.

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