segunda-feira, maio 08, 2006

INJUSTIÇAS COM LULA

Um fim de semana difícil para o presidente Lula. Abandonado pelo partido, acossado pela PF e esquecido pelos amigos, o ex-dirigente petista Sílvio Pereira resolveu falar. Disse, em longa entrevista ao jornal “O Globo”, que os chefes da quadrilha que assaltou os cofres públicos são os donos do PT. Incluindo aí, e principalmente, o presidente Lula. Não vale. Ninguém deve dar um tiquinho de crédito sequer à nova versão do ex-dirigente petista que nos tempos de vacas gordas, de poder, foi flagrado recebendo um mimo, um modesto Land Rover de setenta mil reais, para traficar influências no Governo. Silvinho Pereira teve a chance de contar tudo à CPI e não o fez. Por que só agora resolveu lembrar de dados e fatos? No domingo à tarde os jornalistas impertinentes, desavisados, pegaram o presidente no lazer e quiseram saber o que ele podia dizer sobre as declarações do ex-secretário geral do PT. A resposta óbvia do presidente é que não sabia de nada, não tinha lido nada, não tinha visto tv e só nesta segunda-feira poderia falar. Não é segredo que o presidente não gosta de ler, tampouco é segredo que ele nunca sabe de nada. Por que, então, a imprensa continua correndo atrás do nada? Pelo visto o presidente também não tem assessores para avisa-lo do que está ocorrendo. E nem amigos. Ou melhor, tem os melhores amigos porque não o aborrecem com estas coisinhas sem nenhuma significância. Ao invés de aborrecer o presidente com perguntas para as quais ele nunca está preparado, o de que precisamos, nós jornalistas, é dar uma contribuição ao país. Incentivar Lula. Presenteá-lo com livros. Faze-lo adquirir o interesse pelas palavras. E alguém precisa dar o primeiro passo. Liguei hoje cedo para Brasília e pedi para agendar uma audiência com Sua Excelência. Não sei se vou conseguir. Ficaram de dar retorno de uma data disponível. Pelo sim, pelo não, estou juntando uns livrinhos já descartados pelo Marcus Felipe Cavalcante, meu neto, de três anos. Livros bem simples, cheios de figurinhas, com até vinte páginas e menos de cem palavras. Estes maravilhosos livros que fazem a criança ter o primeiro contato com a necessidade de pensar e incentivam a imaginação. Ainda bem que o meu neto, com apenas três aninhos, já passeou por um sem número de títulos. Mais de cinqüenta. Separei para a viagem "As coisas preferidas de Margarida"– de Jane Simmons; "A zabumba do quati", "Banho sem chuva", "Baladas e amigos", "Com prazer e alegria" e "Fome danada" – de Ana Maria Machado; "Olha o Olho da Menina" – de Marisa Prado, Ilustrado por Ziraldo; além de outros. Dentre todos, dois chamaram-me bastante a atenção. Um é "Dino Amigo". É a história de três filhotes de dinossauro brasileiros que lutam contra a bruxa Tiranarex. Ao longo da narrativa o livrinho vai passando conhecimentos e dando dicas de ética e ensinando agir do lado do bem. O outro é da ilustradora inglesa Lucy Cousins. Ela resolveu escrever e criou não apenas livros, mas uma série de descobertas. Centrada na personagem Ninoca, uma ratinha branca de focinho cor-de-rosa, a autora incentiva o leitor a ir cada vez mais à frente, para as próxima páginas. A ratinha ganhou dezenas de aventuras bem escritas e com ilustração primorosa: "Ninoca vai dormir", "Ninoca faz aniversário", "Ninoca escova os dentes"... Ninoca... Ninoca e mais Ninoca. A ratinha faz de tudo e o leitor, puxando umas lingüetas nas páginas do livro, faz a ratinha se movimentar pelo cenário de cada história. Um primor para quem precisa de incentivo aos primeiros passos na leitura. O problema é que os livros da Ninoca são um pouco mais caros. Não vou leva-los para o nosso presidente. Meu neto não os liberou. Mas não há de ser nada. Marcos Valério pode providenciar a coleção completa para Lula.

5 comentários:

  1. Anônimo3:25 PM

    Mais uma crítica descabida. O senhor está ficando especializado. E seu neto com 3 anos já leu mais de 50 livros. É um gênio este menino.

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  2. Anônimo3:32 PM

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  3. PARA MOREIRA: que nada, Moreira. Gênio é o operário Luiz Inácio da Silva, que chegou a presidente sem ler sequer um livro. O meu neto apenas herdou um hábito de família.

    PARA CRIS: Por favor não me desestimule. Junte outros livrinhos descartados dos sobrinhos e vamos salvar o Brasil. Com toda a nossa modéstia, diga-se de passagem.

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  4. Anônimo10:19 AM

    Marcus, adoro essa sua acidez fina; o texto e a lucidez continuam perfeitos...bjs, meu bem!!

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  5. Anônimo8:58 PM

    Acho que o Carequinha não pode mais dar presente porque deve estar com as contas bloquedas e devendo. Mas tem o Okamoto que é bambambam para presentear e pode até aproveitar também

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